Introdução
O mercado de sorvetes no Brasil apresenta um cenário de crescimento robusto e contínua inovação, apesar de desafios sazonais. O setor, que movimenta mais de R$ 14 bilhões anualmente [1], tem se destacado pela diversificação de produtos e pela adaptação às novas demandas dos consumidores. Minas Gerais, e em especial Belo Horizonte, surge como um polo de grande relevância, impulsionando a produção nacional com uma forte presença de micro e pequenas empresas que apostam em qualidade e ingredientes regionais.
Este relatório compila as principais notícias e tendências recentes, oferecendo uma visão abrangente sobre o desempenho do setor, os desafios enfrentados e as oportunidades que se desenham para o futuro próximo.
Panorama Nacional
O consumo de sorvete no Brasil tem demonstrado uma trajetória ascendente. Em 2024, o mercado registrou um crescimento de 8,5%, superando as expectativas iniciais de 5% [2]. Esse desempenho positivo levou a indústria a realizar investimentos significativos, na ordem de R$ 100 milhões, para a temporada seguinte, com 61,5% dos empresários confiantes em resultados ainda melhores [2]. A Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABRASORVETE) lançou a campanha “50 em 10”, que visa aumentar o consumo em 50% nos próximos dez anos, consolidando o Brasil como um dos principais mercados globais [2].
Apesar do otimismo, o setor enfrenta o desafio da sazonalidade. Durante o inverno, a demanda diminui drasticamente, com as vendas caindo para cerca de 30% do volume registrado no verão. Essa flutuação leva as indústrias a adotarem estratégias como a redução da produção, concessão de férias coletivas e foco em manutenção e desenvolvimento de novos produtos para o período de calor [3].
| Indicador Nacional | Valor | Fonte |
| Faturamento Anual do Setor | > R$ 14 bilhões | [1] |
| Crescimento em 2024 | 8,5% | [2] |
| Investimento para a Próxima Temporada | R$ 100 milhões | [2] |
| Consumo Per Capita (2023) | 7,7 litros/ano | [1] |
Destaque: Minas Gerais e Belo Horizonte
Minas Gerais se consolidou como um dos maiores polos de produção de sorvetes do Brasil, abrigando cerca de 2.000 fabricantes, dos quais 98% são micro e pequenas empresas [1]. A força do estado reside na qualidade e na inovação, com um forte apelo ao uso de ingredientes regionais, o que confere um diferencial competitivo aos produtos mineiros.
“O sorvete mineiro é diferente e é de qualidade. O fabricante do Estado tem investido cada vez mais em inovação e diversificação, muitas vezes utilizando ingredientes regionais e criando receitas autorais que já se tornaram diferenciais competitivos.” – Sávio Gregório, Diretor Financeiro do SindSorvete-MG [1]
Em Belo Horizonte, o impacto das condições climáticas nas vendas é notável. Em períodos de calor intenso, a produção de sorvetes e picolés chega a aumentar em 70% [4]. Uma sorveteria artesanal da capital relatou um salto na produção diária de 700 para 1.200 litros de sorvete para atender à demanda elevada. Até mesmo em eventos esportivos, como em um jogo no Mineirão, o consumo demonstrou ser expressivo, com uma média de 13 picolés vendidos por minuto [4].
Tendências para 2025
O futuro do setor de sorvetes é moldado pela inovação e pela busca por um equilíbrio entre indulgência e saúde. O mercado global, que deve atingir US$ 135,60 bilhões até 2029, aponta para as seguintes tendências [5]:
- Sorvetes Funcionais: Produtos que oferecem benefícios além do sabor, como os proteicos, voltados para o público fitness, e os probióticos, que auxiliam na saúde intestinal.
- Opções Saudáveis: A demanda por sorvetes sem açúcar está em alta, impulsionada por tecnologias que permitem o uso de adoçantes naturais sem comprometer a textura e o sabor.
- Produtos Plant-Based: Os sorvetes veganos, feitos a partir de leites vegetais, frutas e castanhas, ganham cada vez mais adeptos, incluindo consumidores com intolerância à lactose.
- Sabores Inovadores: A aposta em sabores sazonais e combinações inusitadas, muitas vezes com ingredientes regionais, continua sendo um forte atrativo para os consumidores.
Conclusão
O setor de sorvetes no Brasil, com um epicentro de inovação em Minas Gerais, demonstra grande vitalidade e potencial de crescimento. O aumento do consumo, os investimentos consistentes e a capacidade de se reinventar diante de desafios como a sazonalidade indicam um futuro promissor. A adaptação às novas tendências de consumo, com foco em produtos mais saudáveis e experiências de sabor diferenciadas, será fundamental para sustentar a expansão do mercado e consolidar a posição do Brasil como uma referência mundial no setor.
Referências
[1] Minas é destaque nacional na produção de sorvetes (FIEMG)
[2] Mercado de sorvetes avança 8,5% e aposta em crescimento contínuo (MilkPoint)
[3] Indústrias de sorvete reduzem produção e dão férias coletivas com a chegada antecipada do frio (G1)
[4] Maçarico ligado: além de disparar termômetros, calorão aumenta vendas de sorvetes e picolés (G1)
[5] Indústria de Sorvete no Brasil: Dados e Tendências 2025 (Food Connection)